quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

...MAS,É CARNAVAL,CIDADE!




OBLO DE FEVEREIRO/2015

Ò ABRE ALAS QUE QUERO PASSAR...

ABC DO CARNAVAL
ALEGRIA: esta reina soberana.
BLOCO:sem eles,como brincar na rua?
CONFETE:pedacinhos coloridos de saudade
DIDÁ:a banda de percussão formada por mulheres, arrasa no Pelô
ENTRUDO: assim começou o carnaval
FOLIÃO,FOLIÃ:os donos da festa
GARGAREJO:era a turma que saia da prisão na quarta-feira de cinzas
HAROLDO  BARBOSA:presença
IMPÉRIO SERRANO:desfilando na  Marquês,é luxo só
JAMELÃO:inesquecível
KANANGA:inícios do Carnaval do Rio
LIBERDADE:bairro negro de
 Salvador onde nasceu o ILÊ AYIÊ
MARCHINHAS:o som da  festa
NOEL ROSA: O MAIOR DE TODOS
O:ô abre alas que eu quero passar...
PASSISTAS:das escolas de samba;evoluções na avenida
QUE QUE VOU DIZER LÁ EM CASA:bloco dos casados impenitentes
Rei MOMO: soberano do carnaval
SERPENTINA:festa colorida nas ruas e salões
TRIO ELÉTRICO:a maior invenção do carnaval
UNIÃODA ILHA:tem seu lugar na Sapucaí
 VILA ISABEL:berço do samba
XAMÊGO:NÃO PODE FALTAR.
ZAZÁ: marchinha de sucesso





Gaúcho que é gaúcho não deixa sua mulher mostrar a bunda para ninguém. Nem em baile de carnaval. Gaúcho que é gaúcho não mostra a sua bunda para ninguém. Só no vestiário, para outros homens, e, assim mesmo, se olhar por mais de trinta segundos sai briga.



Um Luau ???

Um Baile de Carnaval ??

Festa Junina , ao lado do Curral ???

Na Índia , no Taj Mahal ??

No Buteco do JUvenal ???

Quiça num show de Heavy Metal ???

Não importa o Local 

E nem se vai ser o ideal 

Mundo pósmoderno , sobrenatural

Um encontro virtual ???

Hoje coisa normal 

Quem sabe um encontro trascendental 

No campo astral 

Sureal 

Pode ser um encontro casual 

Na porta do prédio , no Hall ...

Pode ser no elevador 

Seja do jeito que for 

Que ali floresça o amor ...

.

Cláudio 2008

.




CORDÕES
JOÃO DO RIO

Oh! Abre ala!
Que eu quero passá
Estrela d’Alva
Do Carnavá!

Era em plena Rua do Ouvidor. Não se podia andar. A multidão apertava-se, sufocada. Havia sujeitos congestos, forçando a passagem com os cotovelos, mulheres afogueadas, crianças a gritar, tipos que berravam pilhérias. A pletora da alegria punha desvarios em todas as faces. Era provável que do largo de São Francisco à rua Direita, dançassem vinte cordões e quarenta grupos, rufassem duzentos tambores, zabumbassem cem bombos, gritassem cinquenta mil pessoas. A rua convulsionava-se como se fosse fender, rebentar de luxúria e de barulho. A atmosfera pesava como chumbo. No alto, arcos de gás besuntavam de uma luz de açafrão as fachadas dos prédios. Nos estabelecimentos comerciais, nas redações dos jornais, as lâmpadas elétricas despejavam sobre a multidão uma luz ácida, e galvânica, que enlividescia e parecia convulsionar os movimentos da turba, sob o panejamento multicolor das bandeiras que adejavam sob o esfarelar constante dos confetti, que, como um irisamento do ar, caíam, voavam, rodopiavam. Essa iluminação violenta era ainda aquecida pelos braços de luzauer, pelas vermelhidões de incêndio e as súbitas explosões azuis e verdes dos fogos de Bengala; era como que arrepiada pela corrida diabólica e incessante dos archotes e das pequenas lâmpadas portáteis. Serpentinas riscavam o ar; homens passavam empapados d’água, cheios de confetti; mulheres de chapéu de papel curvavam as nucas à etila dos lança-perfumes, frases rugiam cabeludas, entre gargalhadas, risos, berros, uivos, guinchos. Um cheiro estranho, misto de perfume barato, fartum, poeira, álcool, aquecia ainda mais o baixo instinto de promiscuidade.
rua personalizava-se, tornava-se uma e parecia, toda ela policromada de serpentinas e confetti, arlequinar o pincho da loucura e do deboche. Nós íamos indo, eu e o meu amigo, nesse pandemônio. Atrás de nós, sem colarinho, de pijama, bufando, um grupo de rapazes acadêmicos, futuros diplomatas e futuras glórias nacionais, berrava furioso a cantiga do dia, essas cantigas que só aparecem no Carnaval:


Há duas coisa
Que me faz chorá
É nó nas tripa

E bataião navá!

[...]

Abriguei-me a uma porta. Sob a chuva de confetti, o meu companheiro esforçava-se por alcançar-me.

- Por que foges?
- Oh! Estes cordões! Odeio o cordão.
- Não é possível.
- Sério!

Ele parou, sorriu:

- Mas o que pensas tu? O cordão é o Carnaval, o cordão é vida delirante, o cordão é o último elo das religiões pagãs. Cada um desses pretos ululantes tem, por sob a belbutina e o reflexo discrômico das lantejoulas, tradições milenares; cada preta bêbada, desconjuntando nas tartalanas amarfanhadas os quadris largos, recorda o delírio das procissões em Biblos pela época da primavera e a fúria rábida das bacantes. Eu tenho vontade, quando os vejo passar zabumbando, chocalhando, berrando, arrastando a apoteose incomensurável do Rumor, de os respeitar, entoando em seu louvor a “prosódia” clássica com as frases de Píndaro: salve grupos floridos, ramos floridos da vida...

Parei a uma porta, estendo as mãos.

- É a loucura, não tem dúvida, é a loucura. Pois é possível louvar o agente embrutecedor das cefalalgias e do horror?

- Eu adoro o horror. É a única feição verdadeira da Humanidade. E por isso adoro os cordões, a vida paroxismada, todos os sentimentos tendidos, todas as cóleras a rebentar, todas as ternuras ávidas de torturas... Achas tu que haveria carnaval se não houvesse os cordões? Achas tu que bastariam os préstitos idiotas de meia dúzia de senhores que se julgam engraçadíssimos ou esse pesadelo dos três dias gordos intitulado máscaras de espírito? Mas o Carnaval teria desaparecido, seria hoje menos que a festa da Glória ou o “bumba-meu-boi” se não fosse o entusiasmo dos grupos da Gamboa, do Saco, da Saúde, de São Diogo, da Cidade Nova, esse entusiasmo ardente, que meses antes dos três dias vem queimando como pequenas fogueiras crepitantes para acabar no formidável e total incêndio que envolve e estorce a cidade inteira. Há em todas as sociedades, em todos os meios, em todos os prazeres, um núcleo dos mais persistentes, que através do tempo guarda a chama pura do entusiasmo. Os outros são mariposas, aumentam as sombras, fazem os efeitos.

Os cordões são o núcleo irredutível da folia carioca, brotam como um fulgor mais vivo e são antes de tudo bem do povo, bem da terra, bem da alma encantadora e bárbara do Rio.

[...]


João do Rio, trecho de “Cordões”, em A Alma Encantadora das Ruas, Companhia de Bolso.







MAIS DE MIL PALHAÇOS NO SALÃO....







ENTÃO,ATÉ MARÇO,PAGANDO AS CONTAS...